Jesus ressuscitou, ele verdadeiramente ressuscitou! Hoje é domingo de Páscoa, dia de celebração, dia de alegria. No texto de hoje concluo a reflexão da sexta-feira santa. Deixe-se impactar hoje pelo poder da cruz, o evangelho da graça, o único antídoto para o evangelho enlatado e processado — literalmente vendido por ai.
❗️A cruz do filho de Deus
1.
Eu e você precisamos do escândalo da cruz.
Desde o exílio na Babilônia, isto é, desde 596 a.C. os judeus não tinham uma nação independente, exceto por um curto espaço de tempo após a revolta dos Macabeus no 2o. sec. antes de Cristo. Tirando isso, os judeus estiveram e estavam de fato no exílio por 400 anos.
2.
O exílio foi uma experiencia recorrente para eles. Relembre a escravidão no Egito, o tempo de 40 anos no deserto e o exílio na Babilônia antes da reconstrução do templo. Todos eles sabiam de uma coisa: escravidão e exílio são frutos da IDOLATRIA. Eles estavam sofrendo por terem trocado a glória do Deus único por outros tantos deuses falsos.
Por isso os profetas insistiam tanto no primeiro mandamento. Jeremias profetiza uma nova aliança no capítulo 31.31 “Estão chegando os dias", declara o Senhor, "quando farei uma nova aliança”.
Muito embora houvesse a festa da reconciliação, a festa anual em que os sacrifícios para o perdão dos pecados eram oferecidos, a renovação da aliança estava de algum modo ligada à Páscoa. Josias celebra novamente páscoa após décadas do abandono dessa festa quando a lei é encontrada nos escombros do templo.
3.
O filho de Deus é crucificado às vesperas da Páscoa para anunciar o fim do cativeiro, o fim da escravidão, o fim do exílio. Não estamos mais sob o poder dos ídolos. Não estamos mais sob o poder da morte. Não estamos mais longe de Deus. O cativeiro e a escravidão acabaram, o Reino de Deus chegou.
A cruz deveria demontrar que César é Senhor. No entanto Deus escandaliza o mundo ao torná-la o meio pelo qual Cristo é anunciado como Senhor. Deus se recusa a usar a lógica do mundo para nos salvar. Jesus não veio como influencer, como pregador engraçadinho, Jesus não veio como rei-político dos Judeus, ele veio como Filho de Deus que nasce no interior do interior, e no interior de uma estrebaria. No meio da vacas e cabras, entre fezes e urina. Deus nasce envolto na sujeira e morre numa cruz, uma paródia do trono. Jesus se converte em standup commedy na cruz. O evangelho stand up não entende isso. Não é engraçado. Riram apenas os que viam na cruz a derrota de arruaceiro. Sim, o povo ri da sua morte: “Se tu és o filho de Deus, desça da cruz!” A tentação do diabo volta na boca do povo na forma de piada: “Você não é o filho de Deus?”
Mas o que significa ser o Filho de Deus se não levar às última consequências o que o ser humano pensa sobre Deus? A humanidade deseja a morte de Deus. Nós, seres humanos, preferiríamos que Deus não existisse.
4.
Lutero responde a esta questão assim:
"Quem quiser se tornar justo, tem que se tornar pecador; quem quiser se tornar são, bom, reto, sim, semelhante a Deus e um membro cristão da Igreja, esse fique doente, mau, errado, sim, diabólico, herético, descrente como um turco, como diz Paulo: quem dentre vós quiser ser sábio, se torne tolo, a fim de que fique sábio. Assim permaneça essa sentença, pois assim é a vontade de Deus no céu, que ele se propôs criar sábios através da tolice, bons através da maldade, justos através do pecado; retos através do desvio, sãos através da falta de saúde, eclesiásticos através da heresia, cristãos através da descrença, homens semelhantes a Deus através da forma diabólica. Tu perguntas:
Como? Que seja dito rápida e brevemente. Não podes te tornar, em Deus, aquele que tu gostarias de ser, se anteriormente não te tornares, em ti mesmo e diante dos homens, aquele como quem ele te quer. Ele, porém, quer que te tornes, em ti mesmo e diante dos homens, o que tu em verdade es, a saber: pecador, mau, enfermo, desviado, diabólico. Esses são os teus nomes.
Este é o nosso problema: nós queremos bater no peito e dizer que somos pessoas boas, honestas e justas. Foi esta postura dos fariseus que Jesus condenou. Nós não queremos assumir que estamos perdidos. E por isso temos ódio de um Deus que diz quem nós somos: “pecador, mau, enfermo, desviado, diabólico. Esses são os teus nomes”.
Mas enquanto não assumirmos que estes adjetivos nos definem não podemos ouvir o que Jesus tem a nos dizer. É por isso que o filho de Deus precisa morrer. Pois Deus assume ser humano em toda a profundidade e assumindo todas as consequencias. Ele assume sobre si a condenação. Ele assume sobre si os títulos que nós rejeitamos: pecador, mau, enfermo, desviado, diabólico. Esses são os teus nomes.
5.
Jesus se fez pecado, para que nele nós fossemos feitos Justiça de Deus. 2Co 5.21
Foi Cristo quem nos redimiu da maldição da Lei quando, a si próprio se tornou maldição em nosso lugar, pois como está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”. Gálatas 3.13
Mas o que o povo quer? Um Jesus bonachão, amigão de todo mundo, contador de piada? O quer um Jesus Cesar, Rei que vem destruindo e destroçando tudo? Essas imagens populares de Jesus não são o Jesus Deus Homem morto na cruz. Ressurreição não precisa nem citar.
Somente por meio deste Jesus, Filho de Deus, morto na cruz que temos acesso a Deus. É este Jesus Deus Homem que nos dá um novo nome por meio da fé nele.
6.
Lutero prossegue naquele parágrafo:
Assim que isso tiver acontecido, então já estarás sendo diante de Deus aquilo que desejavas ser, a saber: santo, bom, verdadeiro, reto, piedoso. Por esse motivo, serás um diante de ti e dos homens, e outro diante de Deus. De que te admiras? 0 que te intranqüiliza, se tu desagradas a ti e aos homens? Se não desagradasses a eles, não poderias agradar a Deus.
A única maneira de você ser santo, bom, verdadeiro, reto, piedoso.É confessando que você é na verdadepecador, mau, enfermo, desviado, diabólico. Meu querido, você precisa assumir que aquela cruz que Deus assumiu é na verdade sua. Aquele lugar estava reservado para você. Aquela condenação é para você. Mas Deus, o Filho de Deus, o Deus homem assumiu o teu lugar para que você pudesse ser santo, bom, verdadeiro, reto, piedoso.
O que nós precisamos hoje não é de um Jesus psicólogo, Jesus empreendedor, Jesus líder, Jesus amigão, Jesus revolucionário, Jesus machão. Precisamos apenas e tão somente do crucificado e ressurrecto.
Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1Co 2.2
É este Jesus que nos dá acesso a Deus, pois ele mesmo é Deus. É este Jesus que assume o nosso lugar, pois ele mesmo é homem.
Eu te convido a conhecer o crucificado, pois conhecer a ele é ter suas feridas saradas, seus pecados perdoados e uma nova identidade diante de Deus:
Pela fé em Jesus você é agora santo, bom, verdadeiro, reto, piedoso, e Filho de Deus!
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